quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Inês de Barros Baptista






No dia 15 de dezembro a BE Nuno Simões vai ter um convidado especial: a escritora Inês de Barros Baptista.
Inês de Barros Baptista nasceu em Lisboa, a 29 de Setembro de 1966. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. 
Trabalhou vários anos em agências de publicidade, como copywriter, e iniciou-se no jornalismo em 1992, no jornal Semanário. Foi, durante oito anos, directora da revista PAIS & Filhos. Colabora atualmente com a revista Pública
Publicou várias obras, entre elas, O Dia e a Menina Fada (1985), vencedor do Prémio Revelação de Literatura Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian, Há Vozes na Ilha (1996) e Pede um Desejo (2007). 
É mãe de quatro filhos.


Algumas turmas foram convidadas a trabalhar uma das obras da autora: Índigo.
Depois de um incêndio destruir a sua aldeia, Índigo parte com a mãe em busca de um novo lugar para viverem juntos. Quando finalmente o encontram, os habitantes estranham a pele azulada deste menino que sabe falar a língua dos animais e das fadas, imitar o canto dos pássaros e subir aos ramos mais altos das árvores. Índigo é confrontado com desafios inimagináveis. A verdade é que a sua presença irá mudar profundamente cada um dos habitantes da aldeia.

Excerto do livro
"Numa noite de Verão, quando o fogo começou a descer pela colina a norte do rio, Índigo estava ainda deitado no alpendre como vista para o céu. O vento soprava morno de leste e trazia com ele o embalo das cigarras. Em pouquíssimo tempo, porém, um cheiro a queimado tomou conta do ar e levantou-se um burburinho na aldeia. Toda a gente corria e gritava abafando as cantoras, o vento de leste transformava-se em fumo. A coluna de lume descia a encosta e era maior a cada passo que dava. Colava-se às árvores, depois trepava por elas, estendendo-se aos ramos, subia até aos mais altos, queimava-os. O fumo punha os olhos a arder e a mansa colina de Terra polvilhada de verde consumia-se em chamas. 
(...)
Sem nada a prendê-los à aldeia, os habitantes foram partindo, um a um, em busca de outro vale fértil onde pudessem construir casas, semear trigo, flores, árvores de fruto, e recomeçar tudo de novo. Alguns tinham família perto dali; outros, amigos que lhes dariam guarida; outros ainda, alguém conhecido que os poderia acolher por uns meses . 
- E nós? - perguntou Índigo à mãe, quando já todos tinham partido. 
- Nós vamos também - disse-lhe a mãe, mesmo sabendo que não tinham para onde ir."



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