quinta-feira, 31 de março de 2011

Título: Dietas e borbulhas

Autor: Maria Teresa Maia Gonzalez

Editora: Difel

ISBN: 972-29-0338-1

Comentário de Inês Sousa Almeida

Bem, como todos os livros que li da autora, gostei muito, pela aproximação que têm com a realidade. Cada livro desta colecção aborda um tema e situações com que os adolescentes são confrontados no dia-a-dia.Este aborda a inevitável questão dos complexos dos adolescentes.Catarina é uma adolescente com muitos complexos, devido ao facto de ser gorda e os rapazes ridicularizarem-na e não repararem nela senão para isso.Por outro lado, a sua irmã, Sara, tem um corpo invejável e tem os rapazes que quer. Vive num círculo social onde só entram os mais "elegantes".Catarina não consegue ultrapassar esses complexos durante um período da sua vida e chega mesmo a praticar a bulimia, chegando quase a morrer.O livro baseia-se no acompanhamento de Catarina por um médico e como ela enfrenta esses seus complexos.Um livro muito emocionante, escrito por uma das minhas autoras preferidas, Maria Teresa Maia Gonzalez.

Livro da semana

Título: As Pontes de Madison County

Autor: Robert James Waller

Editora: ASA

ISBN: 972-41-1575-5

As Pontes de Madisson County é a história de Robert Kincaid, famoso fotógrafo, e de Francesca Johnson, mulher de um agricultor do Iowa. Kincaid, de 52 anos, é fotoógrafo da National Geographic - um estranho e quase místico viajante dos desertos asiáticos, dos rios longínquos, das cidades antigas, um homem que se sente em desarmonia com o seu tempo. Francesca, 45 anos, noiva italiana do pós-guerra, vive nas colinas do Iowa com as memórias ainda vivas dos seus sonhos de juventude. Qualquer deles tem uma vida estável, e no entanto, quando Robert Kincaid atravessa o calor e o pó de um Verão do Iowa e chega à quinta dela em busca de informações, essa estabilidade desaba e as suas vidas entrelaçam-se numa experiência de invulgar e estonteante beleza, que os marcará para todo o centro. O resultado é uma história apaixonante e profundamente comovedora, que coloca Robert James Waller na vanguarda dos novos romancistas norte-americanos.

Resultado do Concurso LER É...





Frases premiadas:


Ler é ver as letras.

Sala de Socialização


Ler é multiplicar os sonhos.

Turma do 4º ano de Louredo


Ler é uma corrente que nos embala.

5º A


Ler é uma aventura que sempre dura.

6º A

Ler é a magia da descoberta.

Turma EFA B2

quinta-feira, 24 de março de 2011

Para ler e pensar



Geração à Rasca - A Nossa Culpa

"Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa,
protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca
são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência.
E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens
como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas,
no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes:
proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...),
mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse.
Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas,
a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor;
o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios
e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho,
garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ...
A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto,
e que abdicam dos seus pequenos prazeres
para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos "qualquercoisa" phones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não".
É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir,
E que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos,
porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou.
Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado,
mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum.
Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada;
uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada
por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso.
Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade
que queimou etapas de crescimento.
Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho,
ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola,
alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega
e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada,
para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há.
Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo,
pouco se identificam com os seus contemporâneos,
e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem,
atirariam ao tapete os seus contemporâneos, os que trabalham bem,
os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos,
porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho,
para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos,
e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Mia Couto

quarta-feira, 23 de março de 2011

Há vida para além do trivial






A comunicação, a dinâmica intelectual e a leitura foi o tema de uma apresentação ao 9º ano.

A leitura do texto A Morte Devagar de Martha Medeiros, informação científica apresentada e comentada pela Dr.ª Diana, envolvidos num ambiente criado pelo André e pela Cristiana, estiveram na base desta actividade que suscitou questões e interesse por parte dos alunos.